terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Nem sei porque ainda não tava aqui!

Engraçado, faz tanto tempo que escrevi isso, nem sei porque não publiquei, mas já que acabei de encontrar, aí vai:

Ela o notou assim que ele entrou no salão. Era impossível não notar. Ele era alto, mais alto que todos os outros homens a sua volta. Ele estava conversando com alguns amigos e, de repente, algo o fez sorrir. Como ele estava de costas, ela não pode testemunhar a beleza de seu sorriso, mas o som foi como música para seus ouvidos.

Andando pela multidão e cumprimentando alguns conhecidos pelo caminho, ela finalmente chegou ao local perfeito: estava de frente para seu objeto do desejo. Surpresa, ela notou que os olhos dele eram azuis, pequenos pedaços do céu que brilhavam de modo único e eram um contraste perfeito para seu cabelo negro como a noite. Ela se sentiu tentada a chegar mais perto e tocar os fios para ver se eram tão sedosos quanto pareciam.

Os lábios dele eram carnudos e sensuais, a barba por fazer apenas aumentava seu charme. Ele sorriu novamente, e ela pode vislumbrar suas covinhas.

Um momento mais tarde, os olhos dele encontraram os dela por alguns segundos. Esse pouco tempo foi suficiente para que ela sentisse algo diferente, como se algo houvesse repentinamente acendido dentro dela, algo que ela já não sentia há muito tempo. A mais pura e completa luxúria. Ele levantou seu copo em um brinde silencioso e ela retornou o gesto. Naquele momento, alguns amigos se aproximaram, desviando sua atenção. Quando ela finalmente conseguiu se livrar da conversa tediosa, ele não estava mais com o mesmo grupo de amigos.

"Procurando algo?" ela ouviu a voz, os lábios a milímetros de sua orelha, ela sabia que era o cúmulo do absurdo, mas a voz dele a lembrou de chocolate derretido. Os pêlos de sua nuca se arrepiaram conforme ela se virou para olhá-lo frente a frente.

Aqueles olhos azuis a mediram da cabeça aos pés e ela se sentiu nua ante tamanho escrutínio.

"Terminou?" Ela perguntou quando os olhos dele finalmente voltaram a encarar os dela.
"Eu mal comecei," ele disse com um sorriso, levando a mão dela aos lábios. O beijo foi tão suave quanto o toque de uma pena, mas foi o suficiente para que ela sentisse como se tivesse sido atingida por um choque elétrico.

"Julian, encantado," ele disse, ainda sorrindo quando finalmente levantou os olhos.
"Anna..." ela respondeu num sussurro.