segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Vou-me embora para Passárgada...

Tô começando a ficar de saco cheio, tô começando a ficar com raiva de mim... A tristeza já passou, agora resta a confusão e o orgulho ferido... ODEIO gente que não sabe terminar aquilo que começa, e às vezes parece que tô cercada deles por todos os lados... Talvez deva seguir o conselho de Manuel Bandeira e ir-me embora para Passárgada, porque essa existência tá me enchendo o saco e me frustrando, de verdade... DROGA!!!!

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive


E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d’água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar


E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

- Lá sou amigo do rei -

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.