A história de como cheguei a isso é um tanto longa, tá com tempo?
Ano passado, em julho, eu me mudei da casa onde vivia com vovó, titio, irmão e cachorra para o meu próprio espaço - próprio no sentido de que o apartamento pertence ao meu pai e ele emprestou pra mim desde que eu arcasse com as despesas (menos o condomínio, que ficou pra ele).
Mas enfim, adoro morar sozinha, mas batia bastante solidão. Minha chefe, que tinha adotado uma gata persa uns 2 ou 3 meses antes de eu me mudar vivia me falando que eu devia arrumar um gatinho, que gatinhos são independentes, que não teria problema deixá-lo sozinho enquanto eu estava trabalhando e blá, blá, blá.
Coloquei na minha cabeça que queria dois, porque ia ser uma puta sacanagem deixar um bichinho sozinho o dia inteiro, tendo um companheiro talvez ele não se sentisse tão sozinho.
Mas o planejamento demorou bastante tempo. Bateu insegurança, tive bichos minha vida inteira (cachorras), mas eu não era responsável por elas sozinha, vivia em uma casa com outras pessoas que tomavam a responsa para si também.
Mas enfim, no início de abril, pouco depois do meu aniversário, o assunto voltou a aparecer, porque eu estava reclamando de me sentir sozinha ao chegar em casa. Eu e minha chefe (mais ela do que eu, na verdade) reviramos o Orkut em busca de gatinhos que procuravam por um lar. Foi então que ela encontrou meus dois tesouros recém-nascidos. Arranjamos tudo e o combinado foi de que eles seriam entregues lá em casa por ela no dia 21/4. Minha chefe foi lá pra casa para recebê-los, fiquei muito nervosa, afinal de contas não tinha mais volta.
Chegaram os dois extremamente ressabiados, duas coisinhas minúsculas que eu pegava na palma de uma só mão. Já tinham nome, uma de minhas amigas tinha sugerido e eu concordei, porque adorei a sugestão, 'Bonnie & Clyde', meus bandidinhos.
Esses eram eles quando chegaram (nas fotos eles ainda estão na casa onde nasceram, junto com a mãe, que é uma gata linda)
Naquele dia, depois que minha chefe foi embora nem cheguei a ficar sozinha com eles, porque meu irmão acabou passando o fim de semana lá em casa, ajudando na ambientação dos bichanos (tudo bem que à noite eu os perdi, achei que tivessem se jogado pela janela - estavam era dormindo no colchão da bicama - eram tão pequenos que cabiam ali sem esforço.)
Mas então, o ponto desse post (que mais parece um tratado) é justamente reconhecer que eu estava totalmente errada em todas as suposições que fazia a respeito de gatos e de seu relacionamento com os seres humanos.
Meus bichanos tem personalidades completamente diferentes. Bonnie é extremamente reservada, bem na dela mesmo, mas é extremamente companheira. Ela larga o que estiver fazendo para vir atrás de mim me vigiar - ela odeia colo, parece uma sirene quando a pego, não pára de miar. Mas pela manhã, quando ouve o despertador tocar, corre e deita no meu peito esperando carinho - é a única hora do dia que posso acariciá-la livremente. Ronrona tão alto que chega a ser engraçado.
Clyde chega a ser enjoado de tão carinhoso. Vive se esfregando nas minhas pernas e pedindo colo (adora). Quando estou trabalhando no computador exige seu assento no meu colo, onde dorme a sono solto, sem deixar de ronronar (normalmente reclama a atenção de uma das minhas mãos, quando acha que estou dando atenção demais ao teclado).
Enfim, são eles que me esperam na porta à noite todos os dias - e que me dizem tchau na porta de manhã também (enquanto tentam dar sua voltinha no corredor). São eles que deitam em cima de mim ou nos meus pés quando estou vendo tevê, que deitam em cima do monitor (e no meu colo!) quando estou trabalhando e que se aconchegam à mim durante a madrugada depois que já brincaram bastante pela casa. São os meus amores, meus companheiros de solteirice vitalícia :D
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